A Chata das Dietas https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br Os regimes da moda na balança Thu, 02 Jul 2020 13:55:49 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Jantar tarde pode contribuir para o ganho de peso, mostra pesquisa https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/07/02/jantar-tarde-pode-contribuir-para-o-ganho-de-peso-mostra-pesquisa/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/07/02/jantar-tarde-pode-contribuir-para-o-ganho-de-peso-mostra-pesquisa/#respond Thu, 02 Jul 2020 13:55:49 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2020/07/geladeira.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=1024 Essa é para quem assalta a geladeira à noite: o horário do jantar pode influenciar a forma com o alimento é metabolizado pelo organismo.

De acordo com um estudo da Universidade Johns Hopkins (EUA), quem come às 22h queima menos gordura durante a noite e tem um pico maior de açúcar no sangue do que quem come a mesma coisa às 18h.

“O estudo lança uma luz sobre como jantar tarde piora a tolerância à glicose e reduz a quantidade de gordura queimada”, disse Jonathan C. Jun, professor da faculdade de medicina da universidade e um dos autores do estudo.

A pesquisa foi pequena, com 20 voluntários, mas acompanhou de perto a resposta do corpo às refeições. Os participantes foram divididos e ingeriram o mesmo jantar às 18h e às 22h. Todos foram dormir às 23h.

Foram colhidas amostras de sangue de hora em hora enquanto eles estavam em laboratório, realizados estudos sobre o sono e análises da gordura corporal.

“Em média, o pico de glicose após o jantar tardio foi cerca de 18% maior, e a quantidade de gordura queimada durante a noite diminuiu cerca de 10%”, afirmou Chenjuan Gu, autora principal da pesquisa e pesquisadora da Universidade Johns Hopkins.

“Se os efeitos metabólicos que observamos com uma única refeição continuarem ocorrendo cronicamente, a alimentação tarde da noite pode levar a consequências como diabetes ou obesidade”, completou Jun.

Não é a primeira vez que uma pesquisa mostra os efeitos de uma refeição tardia no organismo.

“Agora precisamos fazer mais experimentos para ver se esses efeitos continuam com o tempo e se são influenciados ​​por um comportamento ou pelos ritmos circadianos do corpo”, disse Jun.

O estudo foi publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism.

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Em tempos de coronavírus, nutrólogo diz o que ajuda na imunidade e o que é fake news https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/em-tempos-de-coronavirus-nutrologo-diz-o-que-ajuda-na-imunidade-e-o-que-e-fake-news/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/em-tempos-de-coronavirus-nutrologo-diz-o-que-ajuda-na-imunidade-e-o-que-e-fake-news/#respond Fri, 28 Feb 2020 18:08:45 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/frutas-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=999  

O nutrólogo Daniel Magnoni recebeu uma chuva de mensagens dos seus pacientes na última semana. Todos querem uma receita para aumentar a imunidade diante da explosão do número de casos de coronavírus.

A resposta do médico, que é chefe de nutrologia do Instituto Dante Pazzanese e do HCor, em São Paulo, é que não existe uma fórmula para evitar o contágio pelo vírus, que surgiu na China e até agora já infectou mais de 83 mil pessoas.

“Mas, se o coronavírus pegar você bem nutrido, é melhor do que se ele pegar desnutrido”, diz.

Segundo ele, pesquisas mostram que a dieta tem um papel importantíssimo na imunidade. “É claro que outros fatores, como sono e estresse, também interferem, mas eu não posso tirar o estresse da pessoa, e muitas vezes ela não consegue dormir mais ou melhor. Então o que posso dizer é: coma bastante proteína e três frutas por dia.”

O nutrólogo explicou a relação entre dieta e imunidade e deu outras recomendações na entrevista abaixo.

 

*

Existe uma relação direta entre dieta e imunidade?

Sim, sem dúvida. A dieta é um dos pontos principais. Não tem como aumentar a imunidade sem mudar a alimentação. A produção de células de defesa depende disso. O desnutrido tem baixa imunidade; o idoso com sarcopenia, perda de massa muscular, tem baixa imunidade.

Uma mudança na dieta pode ter efeito rápido no aumento da imunidade?

Sim. Estudos mostram que cinco dias depois de uma mudança na dieta já começa a melhorar uma coisa chamada habilidade orgânica de produzir proteínas. O que prova isso é um exame chamado pré-albumina.

Quais alimentos ajudam a aumentar as defesas do organismo?

A proteína é o fator mais associado com a melhora da imunidade. Para pessoas desnutridas ou pacientes convalescentes sempre indicamos uma maior ingestão de proteínas. As proteínas estão relacionadas com a produção das células de defesa: glóbulos brancos e anticorpos.

Além disso, você também tem que aumentar a ingestão de oligoelementos, vitaminas e minerais relacionados com essa produção: zinco, selênio, magnésio, cálcio e vitaminas A, B e C. As frutas são as melhores fontes desses nutrientes.

Pode ser qualquer tipo de proteína ou tem que ser proteína animal? 

Qualquer tipo, proteína animal, whey protein, o que quiser. A proteína animal tem um coeficiente maior, um índice, chamado QR, que mede a habilidade do alimento ingerido, depois da digestão, ser capaz de produzir proteína no nosso organismo.

A melhor proteína vegetal é a soja, que tem o perfil de aminoácidos mais parecido com o da proteína animal. Mas a proteína animal é ainda melhor.

Se você não come carne, pode comer ovo, se não come nem carne nem ovo, tome leite. Se não ingere nada disso, se é um vegetariano estrito, não quer dizer que vai ter imunidade zero, mas tem que se concentrar nos vegetais com bastante proteína: trigo, ervilha, soja e leguminosas de uma forma geral. Quanto mais in natura o vegetal, maior seu aporte de proteínas e minerais. Brócolis cozido tem menos propriedades do que brócolis fresco na salada.

Alguma fruta é mais indicada? As cítricas, por exemplo?

Não tem nada a ver. Coma todo tipo de fruta, pode ir variando. Três frutas por dia.

E outros alimentos que muitas vezes são associados com imunidade, como gengibre e alho? Eles têm algum efeito?

Não. Nem isso nem antioxidante ou chá verde, tudo isso é fake news. Estou falando de medicina baseada em evidências. O que ajuda são alimentos que fornecem nutrientes necessários para a habilidade orgânica de produzir proteínas, ou seja, basicamente a própria proteína, vitaminas e minerais. Há diretrizes internacionais de sociedades de nutrição que corroboram essas informações.

Castanhas e outras oleaginosas podem ajudar?

Podem sim. São fontes de zinco, selênio e gordura monoinsaturada. Não tem dose para isso, mas tem que ficar de olho nas calorias.

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Estudo conclui que a maioria dos estudos sobre dieta são enviesados https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/11/25/estudo-conclui-que-a-maioria-dos-estudos-sobre-dieta-sao-enviesados/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/11/25/estudo-conclui-que-a-maioria-dos-estudos-sobre-dieta-sao-enviesados/#respond Mon, 25 Nov 2019 18:08:31 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/foto-adobe-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=978 A ciência parece sempre mudar de ideia sobre o que e quanto devemos comer para manter o peso e a saúde.

Agora, um novo artigo mostra que essa falta de consenso não é à toa. Segundo um estudo que avaliou 343 pesquisas científicas na área de nutrição, a maioria dos trabalhos sobre dieta são mal feitos: envolvem poucas pessoas, têm curta duração e não conseguem controlar a adesão dos participantes aos cardápios testados.

O artigo foi publicado no Jama Network (revista da Associação Médica Americana) neste mês.

Os autores, da faculdade de medicina de Harvard e do centro de pesquisa biomédica Pennington, também escreveram um artigo para o jornal New York Times, com o título: “Por que é tão difícil descobrir o que comer”.

Eles compararam os métodos e objetivos das pesquisas sobre dietas com ensaios clínicos de drogas contra obesidade.

“A maioria dos testes de dieta, mesmo nos melhores periódicos, falha até nas medidas mais básicas de controle de qualidade”, dizem David Ludwig e Steven Heymsfield no texto escrito para o New York Times.

Os trabalhos analisados foram publicados de 2009 a 2019 nos principais jornais científicos (The New England Journal of Medicine, JAMA, The BMJ, The Lancet, Annals of Internal Medicine e The American Journal of Clinical Nutrition).

De 343 estudos, os pesquisadores selecionaram 21 para analisar de perto. Destes, mais de 80% tiveram seus objetivos alterados depois de já terem começado, o que pode indicar que os levantamentos são enviesados, segundo o artigo.

Nos Estados Unidos, quem recebe financiamento público para realizar um ensaio clínico deve registrar o que planeja testar e como deve usar os recursos do projeto antes de o trabalho começar.

“Comparando os registros originais com os estudos finais publicados, descobrimos que os ensaios com dietas na última década tinham cerca de quatro vezes mais chances de discrepância no resultado do que os ensaios com medicamentos”, escrevem os autores.

Uma das pesquisas, por exemplo, inicialmente registrou como objetivo acompanhar a evolução de peso dos participantes ao longo de cinco anos, mas depois, no fim, mudou o objetivo para avaliar a “alteração na gordura corporal em um ano”.

Em comparação, apenas 21% dos ensaios clínicos para aprovar medicamentos contra obesidade mudaram os objetivos no meio do caminho.

“As falhas são perturbadoras, porque a epidemia de doenças relacionadas à dieta diminui a expectativa de vida e impõe enormes custos”, afirmam Ludwig e Heymsfield.

Segundo eles, a ciência continua sem ter estratégias de prevenção da obesidade em parte porque os ensaios clínicos foram mal planejados.

“Ainda estamos debatendo questões que surgiram há décadas: devemos nos concentrar na redução de carboidratos ou de gordura? A carne vermelha é prejudicial? O açúcar é tóxico? E quanto a bebidas adoçadas artificialmente ou quantidades moderadas de álcool?”, continuam.

Os autores terminam pedindo mais investimentos em pesquisas sobre dieta. Para eles, esses trabalhos são subfinanciados, além de mais complicados de serem feitos do que os testes de drogas.

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Por que as pessoas engordam quando envelhecem (e como reverter isso) https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/09/16/por-que-as-pessoas-engordam-quando-envelhecem-e-como-reverter-isso/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/09/16/por-que-as-pessoas-engordam-quando-envelhecem-e-como-reverter-isso/#respond Mon, 16 Sep 2019 19:20:14 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/09/Fotolia_219904440_XS-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=947 Tudo parece conspirar para que as pessoas engordem à medida que o tempo passa.

“O metabolismo fica mais lento, há perda de massa muscular e aumento da gordura na região abdominal”, diz a endocrinologista Maria Fernanda Barca, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

Uma pesquisa publicada na semana passada na revista Nature Medicine descobriu outro fator que contribui para esse ganho de peso: uma falha no processo de renovação de lipídios, que acontece nos adipócitos, células que armazenam gordura no corpo.

Essas células têm a capacidade de reter ou quebrar gordura, possibilitando sua liberação como fonte de energia, explica Barca. O problema é que, com o passar do tempo, o adipócito começa a perder a capacidade de quebrar e liberar lipídios, fazendo com que as moléculas fiquem estocadas, aumentando o percentual de gordura no organismo.

A pesquisa, feita pelo Instituto Karolinska, na Suécia, observou isso na prática. Os cientistas estudaram as células de gordura de 54 homens e mulheres durante 13 anos. Nesse período, todos os indivíduos tiveram redução no processo de renovação lipídica, também chamado de “turnover” lipídico. A redução aconteceu independentemente do ganho ou da perda de peso.

Quem, ao longo do tempo, não reduziu a quantidade de calorias ingeridas acabou ganhando peso, em média 20%, de acordo com a pesquisa. O trabalho foi realizado em parceria com pesquisadores da Universidade de Uppsala, na Suécia, e da Universidade de Lyon, na França.

Segundo Barca, o organismo de indivíduos obesos também tem tendência a estocar gordura. O único jeito de compensar essa redução na queima de lipídios (e, assim, minimizar os efeitos do envelhecimento) é ingerir menos gordura.

“Conforme envelhecemos nossa demanda calórica tende a diminuir, sendo necessário fazer adaptações para evitar o ganho de peso. A melhor forma de compensar essa mudança é pela alimentação e prática de exercícios”, afirma a endocrinologista.

Ela lista algumas recomendações:

  • “Comer mais frutas, verduras e legumes que, além de ter baixo valor calórico, são ricos em fibras e água –necessários para manter a hidratação e compensar a redução dos movimentos do intestino;
  • Eliminar/reduzir o consumo de produtos processados, como doces, salgadinhos, pães industrializados e alimentos condimentados;
  • Praticar exercício físico pelo menos quatro vezes na semana;
  • Buscar atividades que tragam bem-estar. Estudos mostram que níveis elevados de hormônios relacionados ao estresse aceleram o processo de envelhecimento e aumentam a chance de desenvolver doenças metabólicas.”

A conclusão é que mudanças no organismo com o passar do tempo são inevitáveis, mas a velocidade com que elas acontecem dependem, em grande parte, dos hábitos ao longo dos anos.

“Quando falamos de estilo de vida, estamos nos referindo à toda a vida, não só ao período em que o processo de envelhecimento é mais evidente. Em termos práticos: não adianta comer melhor e praticar exercícios somente quando os problemas começarem a aparecer”, diz Barca.

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A descoberta é de um estudo com mais de 18 mil pessoas, realizado pela Universidade Nacional de Taiwan e publicado na revista científica PLOS Genetics.

Os pesquisadores coletaram informações sobre o código genético e a rotina de exercícios dos participantes, que têm entre 30 e 70 anos. Foram analisadas cinco medidas de obesidade, entre elas índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura e circunferência do quadril.

Após cruzar os dados, eles construíram escores de risco genético para cada uma das medidas e testaram se diferentes atividades poderiam reduzir esse risco.

Entre os 18 exercícios testados, 5 deles ajudaram a diminuir pelo menos um indicador de obesidade. A corrida ficou em primeiro lugar, porque teve impacto em três marcadores.

Outras quatro atividades ajudaram a reduzir o IMC em indivíduos com tendência ao ganho de peso: escalada, caminhada, práticas longas de ioga e alguns tipos de dança de salão, como foxtrote e valsa.

Ciclismo, exercícios de alongamento e natação não tiveram efeito em nenhum dos marcadores.

“Nossas descobertas mostram que os riscos genéticos podem ser diminuídos em vários níveis, realizando diferentes tipos de exercício”, dizem os pesquisadores, no artigo.

Na conclusão do texto, eles vão além: “Os benefícios do exercício físico regular são mais impactantes em indivíduos predispostos à obesidade”.

Segundo o endocrinologista Fabio Moura, do departamento de atividade física da Abeso (associação de estudo da obesidade), cada vez mais se descobre sobre a influência do DNA na resposta do organismo ao exercício.

Há genes associados a uma maior tendência ao ganho de gordura. “Quem tem esse gene vai ter mais trabalho, precisa intensificar o exercício aeróbico”, diz. E há outros genes relacionados com maior ganho de massa magra.

“Mas nada disso vai determinar o peso da pessoa. Pode ajudar ou dificultar um pouco, mas o desfecho não depende só do DNA. O meio pode modificar a resposta genética. O habito de dormir bem, a alimentação e o exercício influenciam”, diz.

Para Moura, não existe um tipo de exercício que seja bom para todos que têm tendência a engordar. Ele divide as atividades em duas categorias: aeróbicas, associadas à maior perda de gordura, e resistidas, que usam a força muscular.

“A gente sempre achou que para perder e manter peso era melhor fazer mais atividades aeróbicas e menos resistidas. Hoje sabemos que não é bem assim, que o exercício de força é importante para preservar a massa magra e manter a perda de peso a longo prazo.”

Para saber quando fazer de cada tipo de atividade, é preciso analisar a composição do corpo. “Depende da quantidade de músculo e de gordura que a pessoa tem”, diz o endocrinologista.

Ele acredita que, no futuro, além de examinar aspectos como massa magra e percentual de gordura, será possível prescrever o exercício pela genética. “É uma tendência.”

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É o que mostra um estudo realizado pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) em parceria com o Nupens (núcleo de pesquisa em nutrição), da Universidade de São Paulo.

O trabalho analisou a embalagem de 11 mil produtos encontrados em lojas das cinco maiores redes de supermercados do país. Do total, 18,7% contêm ou podem conter gordura trans –e apenas 7,4% informam a presença da substância no rótulo.

As normas brasileiras permitem que alimentos com até 0,1 grama desse tipo de gordura por porção sejam vendidos como livres de gordura trans. Na tabela nutricional, até 0,2 grama da substância por porção não precisa ser declarado.

“A legislação dá essa margem, que pode confundir o consumidor. Ele acha que está comprando uma coisa, e na verdade está levando outra”, diz Laís Amaral, nutricionista do Idec e pesquisadora em alimentos.

O único jeito de ter certeza se um produto é realmente “zero trans” é checando a lista de ingredientes. Foi isso que os pesquisadores fizeram: compararam as alegações do rótulo com os ingredientes.

A gordura trans pode aparecer no rótulo com diferentes nomes, entre eles:

  • Gordura vegetal hidrogenada;
  • Gordura parcialmente hidrogenada;
  • Óleo vegetal hidrogenado;
  • Apenas o termo hidrogenado.

Se o produto tiver um desses termos na lista, o alimento certamente tem gordura trans. Se na lista constar os termos margarina, gordura vegetal ou creme vegetal, o produto pode ter gordura trans, mas não é certeza.

O estudo também dividiu os alimentos em categorias e chegou num ranking com os itens vendidos como “zero trans” que mais têm a substância. Aí vai:

  • Salgadinhos – 11,5% deles têm a substância;
  • Produtos de panificação (como pães de forma e torradas) – 9,2%;
  • Biscoitos – 8,4%;
  • Doces e sobremesas – 6,1%;
  • Comidas de conveniência (comidas prontas ou pré-prontas, como macarrão instantâneo, e os congelados) – 3,1%;
  • Molhos e temperos – 2,2% têm gordura trans.

A gordura trans é usada pela indústria para aumentar o prazo de validade dos produtos e dar textura e crocância aos alimentos. Seu consumo pode reduzir os níveis de colesterol do tipo HDL (considerado bom), aumentar o LDL (tido como ruim) e elevar os riscos de doenças cardiovasculares.

A Organização Mundial da Saúde recomenda que o consumo diário de gordura trans não ultrapasse 1% do total de calorias –em uma dieta de 2.000 calorias, o ideal seria consumir no máximo 2 gramas de gordura trans (ou uma colher de sobremesa de margarina).

“Os rótulos no Brasil consideram o valor por porção. O problema é que nem sempre comemos só a quantidade da porção. Se somarmos a gordura do dia inteiro e de várias porções, provavelmente vamos comer mais do que deveríamos”, afirma Laís.

Desde o ano passado, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estuda mudar as normas para a presença de gordura trans.

“Se o ingrediente não for banido ou muito restrito, defendemos que as pessoas pelo menos saibam o que estão comprando”, diz Laís.

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O documento, publicado em abril, atualiza recomendações anteriores e é usado como uma referência para combater a doença, muitas vezes relacionada com a obesidade.

É a primeira vez que a dieta da moda, que já foi adotada por celebridades como a atriz Paolla Oliveira e a cantora americana Jennifer Lopez, é citada em um consenso do tipo.

“As evidências científicas já estavam claras há muitos anos, mas havia uma resistência das associações em fazer esse endosso, em parte por ser algo popular. O que deve definir se algo é válido ou não é a popularidade, mas o nível de evidência”, diz o médico José C. Souto, presidente da Associação Brasileira LowCarb, criada em setembro do ano passado.

A Sbem (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) ainda não tem um posicionamento a respeito. Mas o presidente da entidade, Rodrigo Moreira, vê com ressalvas a inclusão da dieta na diretriz americana.

“Não é um endosso. Não estão dizendo que é a melhor dieta contra o diabetes, estão apenas dizendo que é uma opção. Acho que nenhum endocrinologista discorda que é uma opção, mas não pode ter radicalismo”, diz.

Em média, um adulto consome entre 55% e 65% das calorias diárias em forma de carboidrato. Além de pães e açúcares, entram nessa conta frutas, legumes, cereais e leguminosas.

Na dieta low carb, o consumo de carboidrato é reduzido a menos de 45% da dieta, ou abaixo de 100-130 gramas por dia. A restrição pode ser mais radical: em torno de 20 a 50 gramas por dia (menos de 10% das calorias). É a chamada dieta cetogênica.

Quem faz low carb em geral segue um cardápio à base de proteínas, legumes, verduras e gorduras.

É mais ou menos a mesma coisa que recomenda a chamada dieta da proteína, ou dieta Atkins, que surgiu nos anos 1970 com um livro do médico americano Robert Atkins.

“A diferença é que o Atkins era mais marqueteiro, dizia coma quanto quiser, quanta gordura quiser. Hoje, ninguém vai dizer isso para o paciente. Não indicamos porções, mas alimentos supergordurosos não são liberados”, diz Souto.

Para Moreira, da Sbem, o maior consumo de proteína animal e de gordura saturada pode elevar o risco de colesterol.

Souto rebate: “O documento da ADA fala sobre isso. Diz que com as evidências atuais o low carb parece não aumentar o risco cardiovascular”.

Mas a diretriz também afirma que são necessárias mais pesquisas, e de longo prazo.

“Temos vários estudos científicos com low carb. Há um benefício grande no curto prazo, mas que é difícil de ser sustentado. É uma opção possível, mas que deve ser acompanhada por nutricionista. Não dá para fazer por conta”, diz Moreira.

A dieta é contraindicada para grávidas, mulheres que estão tentando engravidar, pessoas com risco de desenvolver transtorno alimentar, pacientes de doenças renais ou quem toma uma nova classe de drogas contra diabetes, as glifozinas.

Segundo Moreira, mais importante do que a quantidade de carboidratos é a qualidade. E isso vale para todo mundo, não só para quem quer emagrecer.

“O problema não é a quantidade de carboidrato, mas o tipo. A discussão vai muito mais para esse lado hoje. Se você come açúcar, farinha e alimentos ultraprocessados, mesmo em quantidades pequenas, pode ter malefícios. Mas carboidratos complexos, como vegetais, frutas e laticínios, têm benefícios imensos para a saúde.”

Para o nutricionista do esporte Felipe Quintinho de Souza Almeida os carboidratos não são vilões.

“Não estamos engordando por causa de carboidratos. Na verdade, nossa ingestão está dentro das quantidades indicadas. Ingerimos um pouco mais de gordura e de proteína do que o recomendado e mais calorias, por causa dos ultraprocessados”, diz.

Aviso: Este blog entra em férias e volta no início de junho.

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O que e quando comer à noite para não engordar https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/03/27/o-que-e-quando-comer-a-noite-para-nao-engordar/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/03/27/o-que-e-quando-comer-a-noite-para-nao-engordar/#respond Wed, 27 Mar 2019 13:42:07 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/03/Fotolia_255237262_S-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=887

Jantar tarde pode contribuir para o ganho de peso, de acordo com um estudo apresentado no último sábado (23) no congresso Endo 2019, da sociedade americana de endocrinologia.

O trabalho, coordenado por pesquisadores da Universidade de Colorado em Denver, descobriu que quem deixa para comer mais tarde tem níveis mais altos de gordura corporal e maior IMC (índice de massa corporal) em comparação com quem janta cedo.

O estudo não fala qual é o horário ideal para fazer a última refeição –em média, os participantes da pesquisa jantam às 20h.

O trabalho acompanhou a rotina de 31 voluntários com aparelhos que monitoram a atividade física e o sono. Os participantes foram inseridos em um programa de perda de peso e tiveram que registrar todas as refeições.

“Essas descobertas sustentam nosso estudo global, que vai analisar se restringir a janela de alimentação para o início do dia pode reduzir o risco de obesidade”, diz Adnin Zaman, coordenadora do trabalho.

Não é a primeira vez que cientistas associam o horário das refeições com um maior ou menor risco de ganhar peso.

“Quando você come a maior parte das calorias cedo, há maior probabilidade de elas serem usadas como energia e menor risco de serem armazenadas como gordura, por causa de diferentes níveis hormonais”, disse a professora de nutrição Lona Sandon, do Centro Médico Sudoeste da Universidade do Texas, ao site de notícias de saúde Medical Xpress.

As Diretrizes Brasileiras de Obesidade, documento feito pela Abeso (associação brasileira de estudo da obesidade), afirmam que consumir mais calorias no início do dia, em vez de no fim do dia, ajuda a evitar o ganho de peso.

“O mecanismo de ação pelo qual o momento da alimentação pode ajudar a controlar o peso é por influência no ritmo circadiano”, diz um trecho do guia.

O relógio biológico regula a secreção de substâncias como a melatonina (associada ao sono) e a grelina, conhecida como hormônio da fome.

BARRIGA CHEIA ATRAPALHA O SONO

“O maior problema de comer à noite é o risco de atrapalhar o sono”, diz a nutricionista clínica e esportiva Jéssica Borrelli.

Segundo ela, se a refeição for pesada, com gordura e carboidratos simples (refinados), o organismo tem que se concentrar na digestão do alimento, o que piora a qualidade do sono.

“Estudos mostram que quem dorme mal tem uma alteração nos níveis de grelina e leptina, hormônios relacionados com a fome e a saciedade. Essas pessoas tendem a ter mais fome ao longo do dia”, diz Jéssica.

Para ela, o mundo ideal seria comer das 6h às 18h. Como muitas vezes isso é impossível, Jéssica dá uma alternativa: fazer um lanche mais reforçado no fim da tarde e, à noite, comer algo leve.

“Dá para colocar um lanche com carboidrato e proteína magra lá pelas 16h, 17h, que é quando em geral temos um pico de compulsão, queremos comer algo”, diz.

Ela sugere um lanche com pão integral e proteína magra (como creme de ricota e peito de frango) ou uma panqueca de banana com ovo e aveia.

À noite, no jantar, sopas e legumes refogados com frango ou peixe grelhado são boas opções. Não existe restrição para o consumo de carboidratos, o problema é tipo de carboidrado: é melhor evitar os refinados (pão branco, bolacha, massas).

“Você vai dormir, esse carboidrato pode ser transformado em gordura”, diz.

E é sempre bom lembrar que para quem quer perder peso só controlar o jantar não é suficiente.

“Se a pessoa come demais durante o dia, não adianta restringir a alimentação à noite. O jantar sozinho não conserta a dieta. A conta não fecha”, diz Jéssica.

Se der fome antes de dormir, a nutricionista Andrea Marim sugere um chá de camomila com uma fatia (30 g) de queijo meia cura, um iogurte desnatado ou uma maçã assada com canela.

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O estudo analisou os dados de 5.222 adultos, que anotaram tudo o que comeram por uma semana. Um quarto daqueles que trabalham ingerem, em média, 1.292 calorias por semana no escritório –em pizzas, refrigerantes, biscoitos, brownies e tortas.

A conclusão do levantamento, realizado por pesquisadores do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças, órgão do governo americano), é que os alimentos consumidos no escritório são, ao mesmo tempo, ricos em sódio (associado à hipertensão) e calorias vazias (sem nutrientes) e pobres em fibras (que dão saciedade).

As dez comidas ou bebidas mais comuns são, em ordem, café, refrigerante tradicional, sanduíche, água, chá, refrigerante diet, biscoito ou brownie, salada, batata frita e batata chips. Juntos, esses alimentos representam 44% de tudo o que é ingerido no trabalho.

“Melhorar a qualidade nutricional desses lanches pode causar um grande impacto na qualidade geral da dieta”, dizem os pesquisadores, no artigo.

Segundo a nutricionista Bianca Naves, sócia-diretora da Clínica NutriOffice, frutas, castanhas, iogurtes e cereais integrais (bolos, pães, biscoitos e barrinhas) são boas opções de lanche.

Mas não é qualquer bolacha ou barra de cereal. “Devemos ter atenção aos biscoitos, porque não são só os recheados que têm gorduras e aditivos. Também é preciso escolher com cuidado as barras de cereal –algumas apresentam alto teor de açúcar. Já os iogurtes podem ter mais gordura e açúcar do que o recomendado.”

Outra boa opção, segundo Bianca, é um sanduíche natural com pão de forma integral, queijo (de preferência branco, como frescal, ricota e cottage), patês de atum ou frango e salada (alface, tomate e cenoura ralada).

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Associada ao aumento da longevidade e à redução do risco de doenças crônicas, a dieta mediterrânea prevê a ingestão de frutas, legumes, grãos integrais, castanhas, azeite, peixes e frutos do mar. Ovos e queijos devem ser consumidos com moderação; doces e carnes vermelhas, reservados para ocasiões especiais.

Em segundo lugar do ranking geral ficou a dieta Dash, sigla em inglês de “dietary approaches to stop hypertension” (abordagem dietética para combater a hipertensão), promovida pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue, órgão de saúde do governo americano.

O regime é flexível, com metas para a ingestão diária de frutas, vegetais e grãos integrais. Aves, peixes e produtos lácteos sem gordura estão inclusos, mas os alimentos ricos em gordura saturada têm seu consumo limitado.

Em terceiro lugar ficou a dieta flexitariana (ou semivegetariana), junção das palavras flexível e vegetariana, que prevê um cardápio rico em verduras e legumes e sem carne na maior parte do tempo –mas permite o consumo de proteína animal um dia ou outro.

“Os três planos se baseiam na ingestão de vegetais (legumes, frutas e cereais integrais), gorduras saudáveis ​​e fontes de proteína magras”, diz o texto do relatório. Participaram do painel 23 especialistas, que analisaram 41 dietas, classificadas em oito categorias (veja mais abaixo).

“São programas fáceis de seguir, em que a pessoa é estimulada a fazer escolhas saudáveis, mas sem restrição. Existe uma tendência contra as dietas muito restritivas [como detox e low carb]”, diz Gabriella Gachet, nutricionista do Vigilantes do Peso.

O plano do Vigilantes do Peso também aparece entre os primeiros do ranking em duas categorias: a melhor dieta para perda de peso e uma das mais fáceis de ser seguida. O método tem foco na reeducação alimentar e é baseado em um sistema de pontos, em que cada alimento tem um score, e o participante pode fazer seu cardápio respeitando uma pontuação máxima.

“Alimentos com mais proteínas e fibras têm menos pontos; carboidratos e gorduras têm mais pontos. Frutas e legumes são liberados. É um método que guia para hábitos saudáveis”, afirma Gabriella.

Veja os três primeiros lugares em três categorias do ranking da  U.S. News & World Report:

Melhor dieta em geral

  1. Mediterrânea: inspirada na alimentação de países que ficam na costa do mar Mediterrâneo, prevê a ingestão de peixes, azeite, legumes e verduras e limita o consumo de carne vermelha
  2. Dash: promovida pelo governo americano para controlar hipertensão, tem um cardápio flexível, com metas para consumo diário de frutas, vegetais, grãos integrais e proteína
  3. Flexitariana: é uma dieta semivegetariana, com alto consumo de verduras e legumes e baixa ingestão de proteína animal

Melhor dieta para perder peso

  1. Vigilantes do peso: sistema de reeducação alimentar baseado em um sistema de pontos, em que cada alimento tem um score, e o participante faz seu cardápio respeitando uma pontuação máxima
  2. Dieta volumétrica: a escolha do cardápio é baseada na densidade energética dos alimentos (quanto menos, melhor) e no volume deles (quanto mais, melhor) –os ricos em água e em fibras devem ser mais consumidos
  3. Flexitariana

Dieta mais fácil de seguir

  1. Mediterrânea
  2. Flexitariana
  3. Vigilantes do peso
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