A Chata das Dietas https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br Os regimes da moda na balança Thu, 02 Jul 2020 13:55:49 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Em tempos de coronavírus, nutrólogo diz o que ajuda na imunidade e o que é fake news https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/em-tempos-de-coronavirus-nutrologo-diz-o-que-ajuda-na-imunidade-e-o-que-e-fake-news/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/02/28/em-tempos-de-coronavirus-nutrologo-diz-o-que-ajuda-na-imunidade-e-o-que-e-fake-news/#respond Fri, 28 Feb 2020 18:08:45 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/frutas-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=999  

O nutrólogo Daniel Magnoni recebeu uma chuva de mensagens dos seus pacientes na última semana. Todos querem uma receita para aumentar a imunidade diante da explosão do número de casos de coronavírus.

A resposta do médico, que é chefe de nutrologia do Instituto Dante Pazzanese e do HCor, em São Paulo, é que não existe uma fórmula para evitar o contágio pelo vírus, que surgiu na China e até agora já infectou mais de 83 mil pessoas.

“Mas, se o coronavírus pegar você bem nutrido, é melhor do que se ele pegar desnutrido”, diz.

Segundo ele, pesquisas mostram que a dieta tem um papel importantíssimo na imunidade. “É claro que outros fatores, como sono e estresse, também interferem, mas eu não posso tirar o estresse da pessoa, e muitas vezes ela não consegue dormir mais ou melhor. Então o que posso dizer é: coma bastante proteína e três frutas por dia.”

O nutrólogo explicou a relação entre dieta e imunidade e deu outras recomendações na entrevista abaixo.

 

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Existe uma relação direta entre dieta e imunidade?

Sim, sem dúvida. A dieta é um dos pontos principais. Não tem como aumentar a imunidade sem mudar a alimentação. A produção de células de defesa depende disso. O desnutrido tem baixa imunidade; o idoso com sarcopenia, perda de massa muscular, tem baixa imunidade.

Uma mudança na dieta pode ter efeito rápido no aumento da imunidade?

Sim. Estudos mostram que cinco dias depois de uma mudança na dieta já começa a melhorar uma coisa chamada habilidade orgânica de produzir proteínas. O que prova isso é um exame chamado pré-albumina.

Quais alimentos ajudam a aumentar as defesas do organismo?

A proteína é o fator mais associado com a melhora da imunidade. Para pessoas desnutridas ou pacientes convalescentes sempre indicamos uma maior ingestão de proteínas. As proteínas estão relacionadas com a produção das células de defesa: glóbulos brancos e anticorpos.

Além disso, você também tem que aumentar a ingestão de oligoelementos, vitaminas e minerais relacionados com essa produção: zinco, selênio, magnésio, cálcio e vitaminas A, B e C. As frutas são as melhores fontes desses nutrientes.

Pode ser qualquer tipo de proteína ou tem que ser proteína animal? 

Qualquer tipo, proteína animal, whey protein, o que quiser. A proteína animal tem um coeficiente maior, um índice, chamado QR, que mede a habilidade do alimento ingerido, depois da digestão, ser capaz de produzir proteína no nosso organismo.

A melhor proteína vegetal é a soja, que tem o perfil de aminoácidos mais parecido com o da proteína animal. Mas a proteína animal é ainda melhor.

Se você não come carne, pode comer ovo, se não come nem carne nem ovo, tome leite. Se não ingere nada disso, se é um vegetariano estrito, não quer dizer que vai ter imunidade zero, mas tem que se concentrar nos vegetais com bastante proteína: trigo, ervilha, soja e leguminosas de uma forma geral. Quanto mais in natura o vegetal, maior seu aporte de proteínas e minerais. Brócolis cozido tem menos propriedades do que brócolis fresco na salada.

Alguma fruta é mais indicada? As cítricas, por exemplo?

Não tem nada a ver. Coma todo tipo de fruta, pode ir variando. Três frutas por dia.

E outros alimentos que muitas vezes são associados com imunidade, como gengibre e alho? Eles têm algum efeito?

Não. Nem isso nem antioxidante ou chá verde, tudo isso é fake news. Estou falando de medicina baseada em evidências. O que ajuda são alimentos que fornecem nutrientes necessários para a habilidade orgânica de produzir proteínas, ou seja, basicamente a própria proteína, vitaminas e minerais. Há diretrizes internacionais de sociedades de nutrição que corroboram essas informações.

Castanhas e outras oleaginosas podem ajudar?

Podem sim. São fontes de zinco, selênio e gordura monoinsaturada. Não tem dose para isso, mas tem que ficar de olho nas calorias.

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Vegana ou ‘low carb’? Pesquisa elege as 8 melhores dietas para 2020 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/01/06/vegana-ou-low-carb-pesquisa-elege-as-8-melhores-dietas-para-2020/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2020/01/06/vegana-ou-low-carb-pesquisa-elege-as-8-melhores-dietas-para-2020/#respond Mon, 06 Jan 2020 15:22:57 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2020/01/plant-based-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=983 A publicação americana U.S. News & World Report divulgou um ranking com as melhores dietas para perder peso no ano novo e tirar as promessas de 2020 do papel.

Os regimes foram escolhidos por um painel de 25 especialistas. Veja a lista.

Vigilantes do peso
Programa de reeducação alimentar baseado em um sistema de pontos, em que cada alimento tem um score, e o participante faz seu cardápio respeitando uma pontuação máxima. Tem planos digitais e presenciais. O digital, com acompanhamento online, custa a partir de R$ 13,90 por semana. Site: vigilantesdopeso.com.br.

Vegana
Tira do cardápio todos os alimentos de origem animal, incluindo laticínios, ovos e produtos industrializados com aditivos naturais, feitos a partir de partes de ossos ou insetos. Sobram frutas, legumes, verduras, grãos, nozes e sementes. É rica em fibras e pobre em gorduras saturadas.

Dieta volumétrica
Divide as comidas em quatro categorias, baseadas na densidade energética (quanto menos, melhor) e no volume dos alimentos (quanto mais, melhor).

A categoria um inclui, entre outras coisas, frutas, verduras e leite desnatado. Na categoria dois estão vegetais ricos em amido, grãos, cereais e carne com baixo teor de gordura. Na categoria três, outras carnes e alimentos mais calóricos, como pizza e bolo. Já na categoria quatro estão chocolates e biscoitos recheados.

Os adeptos devem se concentrar nas categorias um e dois, controlar porções da categoria três e evitar ao máximo a categoria quatro.

Flexitariana
Junção das palavras “flexível” e “vegetariana”, prevê um cardápio rico em verduras e legumes e sem carne na maior parte do tempo, mas permite o consumo de proteína animal um dia ou outro. O termo foi cunhado pela nutricionista americana Dawn Jackson Blatner, em 2010. Também é chamada de semivegetariana.

Dieta Jenny Craig
O programa da guru de emagrecimento americana oferece refeições prontas e aconselhamento nutricional. Disponível nos Estados Unidos. No Brasil, há serviços de dietas parecidos que entregam em casa cardápios prontos, low carb ou vegetariano, por exemplo, menus personalizados e pratos avulsos. Entre eles o Liv Light, o Liv Up e o Keep Light.

Dieta Ornish
Criada por Dean Ornish, professor clínico de medicina da Universidade da Califórnia, em San Francisco, é pobre em gordura, carboidratos refinados e proteína animal. O objetivo maior é reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Para isso, apenas 10% das calorias devem ser provenientes de gorduras.

O especialista recomenda ainda a prática de exercícios e o uso de estratégias para controlar o estresse, como exercícios de respiração e ioga.

Dieta Engine 2

Mais um regime plant-based (à base de plantas), Engine 2 é praticamente uma dieta vegana 2.0: sem óleos vegetais e apenas com grãos integrais. Criada pelo ex-atleta profissional americano e médico Rip Esselstyn. Ele aparece no documentário “The Game Changers” (em português, “Dieta de Gladiadores”), da Netflix, desafiando bombeiros de Nova York a fazer sete dias de programa.

Dieta da Clínica Mayo

A clínica americana, que também é um centro de pesquisas, criou sua própria pirâmide alimentar, que serve de orientação para escolher o cardápio. A pirâmide enfatiza frutas, vegetais e grãos integrais.

Os alimentos que estão na base têm menor densidade energética e podem ser ingeridos em maior quantidade. Os produtos que estão no topo devem ser consumidos com moderação.

 

 

Pirâmide elaborada pela Clínica Mayo, nos EUA; na base, vegetais, frutas e atividade física, acima, carboidratos integrais, carnes e derivados de leite e, no topo, gorduras e doces, que devem ter consumo moderado (Divulgação)
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Estudo conclui que a maioria dos estudos sobre dieta são enviesados https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/11/25/estudo-conclui-que-a-maioria-dos-estudos-sobre-dieta-sao-enviesados/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/11/25/estudo-conclui-que-a-maioria-dos-estudos-sobre-dieta-sao-enviesados/#respond Mon, 25 Nov 2019 18:08:31 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/11/foto-adobe-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=978 A ciência parece sempre mudar de ideia sobre o que e quanto devemos comer para manter o peso e a saúde.

Agora, um novo artigo mostra que essa falta de consenso não é à toa. Segundo um estudo que avaliou 343 pesquisas científicas na área de nutrição, a maioria dos trabalhos sobre dieta são mal feitos: envolvem poucas pessoas, têm curta duração e não conseguem controlar a adesão dos participantes aos cardápios testados.

O artigo foi publicado no Jama Network (revista da Associação Médica Americana) neste mês.

Os autores, da faculdade de medicina de Harvard e do centro de pesquisa biomédica Pennington, também escreveram um artigo para o jornal New York Times, com o título: “Por que é tão difícil descobrir o que comer”.

Eles compararam os métodos e objetivos das pesquisas sobre dietas com ensaios clínicos de drogas contra obesidade.

“A maioria dos testes de dieta, mesmo nos melhores periódicos, falha até nas medidas mais básicas de controle de qualidade”, dizem David Ludwig e Steven Heymsfield no texto escrito para o New York Times.

Os trabalhos analisados foram publicados de 2009 a 2019 nos principais jornais científicos (The New England Journal of Medicine, JAMA, The BMJ, The Lancet, Annals of Internal Medicine e The American Journal of Clinical Nutrition).

De 343 estudos, os pesquisadores selecionaram 21 para analisar de perto. Destes, mais de 80% tiveram seus objetivos alterados depois de já terem começado, o que pode indicar que os levantamentos são enviesados, segundo o artigo.

Nos Estados Unidos, quem recebe financiamento público para realizar um ensaio clínico deve registrar o que planeja testar e como deve usar os recursos do projeto antes de o trabalho começar.

“Comparando os registros originais com os estudos finais publicados, descobrimos que os ensaios com dietas na última década tinham cerca de quatro vezes mais chances de discrepância no resultado do que os ensaios com medicamentos”, escrevem os autores.

Uma das pesquisas, por exemplo, inicialmente registrou como objetivo acompanhar a evolução de peso dos participantes ao longo de cinco anos, mas depois, no fim, mudou o objetivo para avaliar a “alteração na gordura corporal em um ano”.

Em comparação, apenas 21% dos ensaios clínicos para aprovar medicamentos contra obesidade mudaram os objetivos no meio do caminho.

“As falhas são perturbadoras, porque a epidemia de doenças relacionadas à dieta diminui a expectativa de vida e impõe enormes custos”, afirmam Ludwig e Heymsfield.

Segundo eles, a ciência continua sem ter estratégias de prevenção da obesidade em parte porque os ensaios clínicos foram mal planejados.

“Ainda estamos debatendo questões que surgiram há décadas: devemos nos concentrar na redução de carboidratos ou de gordura? A carne vermelha é prejudicial? O açúcar é tóxico? E quanto a bebidas adoçadas artificialmente ou quantidades moderadas de álcool?”, continuam.

Os autores terminam pedindo mais investimentos em pesquisas sobre dieta. Para eles, esses trabalhos são subfinanciados, além de mais complicados de serem feitos do que os testes de drogas.

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Cartilha derruba mitos de dietas anticâncer, do cogumelo do sol à graviola https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/02/22/cartilha-derruba-mitos-de-dieta-anticancer/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/02/22/cartilha-derruba-mitos-de-dieta-anticancer/#respond Fri, 22 Feb 2019 20:04:58 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/02/Fotolia_143120013_S-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=869 Carboidratos alimentam o tumor? Chá verde ou de graviola ajudam a curar o câncer? Algumas das perguntas mais buscadas na internet sobre dieta anticâncer foram respondidas em uma cartilha produzida pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer).

A ideia do material é combater informações falsas, divulgadas muitas vezes por meio de redes sociais. “Colocar em prática muitas dessas orientações pode comprometer a saúde e o tratamento, em vez de ajudar”, diz o texto, divulgado em evento em janeiro.

Vamos aos mitos:

1. Carboidratos alimentam o tumor 

Sim, todas as células do corpo, inclusive as de um tumor, usam glicose como fonte de energia. E a glicose vem de carboidratos, como farinha de trigo, mandioca, açúcar e arroz.

Estudos realizados em laboratório mostraram que a restrição de glicose reduziria o crescimento do tumor. Mas não há pesquisas com humanos. Por isso, o Inca considera que as evidências científicas não são suficientes para banir o carboidrato da dieta.

Fora que, sem carboidrato, o corpo pode acabar tendo que usar outros meios para obter energia, como as proteínas dos músculos –e perder músculos não é bom para quem está em tratamento.

“Também não é verdade que se você comer carboidratos durante o tratamento a quimioterapia não vai funcionar”, diz um trecho do texto.


2. Proteínas de origem animal devem ser cortadas do cardápio de quem tem câncer

Esse mito não tem nem uma teoria por trás. Durante o tratamento, é importante ingerir proteína de várias fontes, seja animal ou vegetal.

O nutriente é o principal componente estrutural das células e desempenha funções que vão desde a construção dos músculos até a síntese de hormônios.

Além de alimentos de origem animal, como carne, ovos e leite, são boas fontes de proteína: feijão, grão-de-bico, lentilha, ervilha e castanhas.


3. Cogumelo do sol, graviola e chá verde curam a doença

Infelizmente não. Nenhum alimento tem poder de curar o câncer. Mas uma alimentação variada, com frutas, legumes, verduras, leguminosas e castanhas, auxilia na prevenção e no tratamento da doença.

“Quanto mais colorida for a alimentação, mais fortalecidas estarão as defesas do seu corpo”, diz a cartilha.

 

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Especialistas elegem as melhores dietas para seguir em 2019 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/01/09/especialistas-elegem-as-melhores-dietas-para-seguir-em-2019/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2019/01/09/especialistas-elegem-as-melhores-dietas-para-seguir-em-2019/#respond Wed, 09 Jan 2019 15:51:50 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2019/01/kouzina-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=838 A melhor dieta de 2019 é uma velha conhecida dos nutricionistas: a mediterrânea. O regime foi escolhido por um painel de especialistas como o mais saudável, segundo a publicação U.S. News & World Report, que desde 2010 divulga um ranking sobre o tema.

Associada ao aumento da longevidade e à redução do risco de doenças crônicas, a dieta mediterrânea prevê a ingestão de frutas, legumes, grãos integrais, castanhas, azeite, peixes e frutos do mar. Ovos e queijos devem ser consumidos com moderação; doces e carnes vermelhas, reservados para ocasiões especiais.

Em segundo lugar do ranking geral ficou a dieta Dash, sigla em inglês de “dietary approaches to stop hypertension” (abordagem dietética para combater a hipertensão), promovida pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue, órgão de saúde do governo americano.

O regime é flexível, com metas para a ingestão diária de frutas, vegetais e grãos integrais. Aves, peixes e produtos lácteos sem gordura estão inclusos, mas os alimentos ricos em gordura saturada têm seu consumo limitado.

Em terceiro lugar ficou a dieta flexitariana (ou semivegetariana), junção das palavras flexível e vegetariana, que prevê um cardápio rico em verduras e legumes e sem carne na maior parte do tempo –mas permite o consumo de proteína animal um dia ou outro.

“Os três planos se baseiam na ingestão de vegetais (legumes, frutas e cereais integrais), gorduras saudáveis ​​e fontes de proteína magras”, diz o texto do relatório. Participaram do painel 23 especialistas, que analisaram 41 dietas, classificadas em oito categorias (veja mais abaixo).

“São programas fáceis de seguir, em que a pessoa é estimulada a fazer escolhas saudáveis, mas sem restrição. Existe uma tendência contra as dietas muito restritivas [como detox e low carb]”, diz Gabriella Gachet, nutricionista do Vigilantes do Peso.

O plano do Vigilantes do Peso também aparece entre os primeiros do ranking em duas categorias: a melhor dieta para perda de peso e uma das mais fáceis de ser seguida. O método tem foco na reeducação alimentar e é baseado em um sistema de pontos, em que cada alimento tem um score, e o participante pode fazer seu cardápio respeitando uma pontuação máxima.

“Alimentos com mais proteínas e fibras têm menos pontos; carboidratos e gorduras têm mais pontos. Frutas e legumes são liberados. É um método que guia para hábitos saudáveis”, afirma Gabriella.

Veja os três primeiros lugares em três categorias do ranking da  U.S. News & World Report:

Melhor dieta em geral

  1. Mediterrânea: inspirada na alimentação de países que ficam na costa do mar Mediterrâneo, prevê a ingestão de peixes, azeite, legumes e verduras e limita o consumo de carne vermelha
  2. Dash: promovida pelo governo americano para controlar hipertensão, tem um cardápio flexível, com metas para consumo diário de frutas, vegetais, grãos integrais e proteína
  3. Flexitariana: é uma dieta semivegetariana, com alto consumo de verduras e legumes e baixa ingestão de proteína animal

Melhor dieta para perder peso

  1. Vigilantes do peso: sistema de reeducação alimentar baseado em um sistema de pontos, em que cada alimento tem um score, e o participante faz seu cardápio respeitando uma pontuação máxima
  2. Dieta volumétrica: a escolha do cardápio é baseada na densidade energética dos alimentos (quanto menos, melhor) e no volume deles (quanto mais, melhor) –os ricos em água e em fibras devem ser mais consumidos
  3. Flexitariana

Dieta mais fácil de seguir

  1. Mediterrânea
  2. Flexitariana
  3. Vigilantes do peso
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Em excesso, castanha-do-pará pode fazer mais mal do que bem; saiba quantas comer por dia https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2018/11/30/em-excesso-castanha-do-para-pode-fazer-mais-mal-do-que-bem-saiba-quantas-comer-por-dia/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2018/11/30/em-excesso-castanha-do-para-pode-fazer-mais-mal-do-que-bem-saiba-quantas-comer-por-dia/#respond Fri, 30 Nov 2018 10:58:00 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/11/Fotolia_234978680_S-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=824 A castanha-do-pará merece toda a fama conquistada: tem gordura boa, dá saciedade, é rica em minerais e tem poder antioxidante. Mas, se for ingerida em excesso, também pode fazer mal.

“Eu vejo as pessoas dizerem apenas: coma castanha. Ninguém fala sobre a quantidade de selênio que ela possui e o quanto consumir desse alimento”, diz a nutricionista Graziela Biude Silva Duarte, que é doutora em ciências pela USP (Universidade de São Paulo) e pesquisa a castanha-do-brasil, como é mais conhecida a noz no meio acadêmico.

O selênio é um mineral com função antioxidante, que ajuda a reduzir o estresse oxidativo (excesso de radicais livres) no organismo, relacionado com o aparecimento de várias doenças, como aterosclerose.

A castanha-do-pará é a principal fonte natural de selênio. O problema é que às vezes ela tem selênio demais –e, em excesso, esse mineral é tóxico.

“Meu sogro foi para Rondônia e comeu um saquinho com 15 unidades. O primeiro sintoma que ele teve foi diarreia”, afirma Graziela. Se o consumo excessivo continuar por mais tempo, diz ela, a pessoa pode ter queda de cabelos e ficar com as unhas fracas. O quadro clínico é conhecido como selenose.

Qual é, então, a quantidade recomendada de castanha? Depende de onde vem o produto. A concentração de selênio na noz varia de acordo com a quantidade do mineral no solo.

No Brasil, as castanhas da região Norte são as que mais têm selênio, e as do Sudeste, as que menos têm, de acordo com amostras analisadas pelo Laboratório de Nutrição e Minerais da USP.

“Encontramos desde castanhas-do-brasil com cerca de 50 microgramas de selênio até unidades com mil microgramas”, diz Graziela. A recomendação diária de selênio para adultos é de 55 microgramas por dia (µg/dia). A ingestão máxima tolerável, que não traz efeitos adversos para o organismo, é de 400 µg/dia.

Conclusão: se você comprar castanha-do-pará num mercado em São Paulo ou em outra cidade do Sudeste (ou mesmo do Sul), em geral, pode comer até duas por dia.

Se comprar (ou ganhar) castanha da região Norte, talvez seja melhor comer uma ou duas unidades por semana.

Depois de encontrar tanta diferença nos níveis de selênio, pesquisadores já falam na importância de informar a concentração do mineral no rótulo dos produtos.

“Esse dado seria importante tanto para que os profissionais de saúde sejam capazes de orientar uma porção segura do alimento, bem como para a população, que pode optar pelo consumo de uma noz por dia ou por semana”, diz Graziela.

A castanha produzida no estado do Amazonas, em geral, é riquíssima em selênio. No Acre, em algumas regiões, o solo é mais pobre no mineral. Segundo ela, não é preciso deixar de consumir o alimento. A principal recomendação é a ingestão moderada.

Com moderação, a castanha ajuda a equilibrar o perfil lipídico (aumenta o colesterol bom), além do efeito antioxidante, benéfico principalmente para quem tem diabetes ou é obeso, de acordo com pesquisas.

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Conheça as 10 dietas mais buscadas na internet e saiba a opinião de nutricionistas https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2018/10/23/conheca-as-10-dietas-mais-buscadas-na-internet-e-saiba-a-opiniao-de-nutricionistas/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2018/10/23/conheca-as-10-dietas-mais-buscadas-na-internet-e-saiba-a-opiniao-de-nutricionistas/#respond Tue, 23 Oct 2018 16:16:50 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2018/10/Fotolia_106732014_S-320x213.jpg https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=802 No último semestre, os brasileiros buscaram o termo “dieta” 4 milhões de vezes na internet. Só a dieta sem glúten, a mais pesquisada, teve 327 mil buscas em sites como Google e Bing.

Os dados são de um mapeamento da empresa de marketing digital Semrush. O levantamento mostrou as dez dietas mais populares na internet, entre elas a do tipo sanguíneo, que determina o cardápio de acordo com a tipagem do sangue, e a dieta Dukan, criada pelo médico francês Pierre Dukan, que prevê um alto consumo de proteínas.

No mesmo período, o termo “reeducação alimentar” foi procurado 108 mil vezes.

Abaixo, conheça cada uma das dez dietas mais pesquisadas e saiba a opinião de duas nutricionistas: Livia Hasegawa, nutricionista esportiva e funcional, e Thayana Albuquerque, nutricionista e naturopata.

Nenhuma delas recomenda seguir dietas da moda encontradas na internet.

“O grande risco são as deficiências nutricionais. As pessoas podem fazer grandes restrições sem necessidade, ficar com deficiência de vitaminas e minerais, sofrer episódios de compulsão alimentar e promover até o aparecimento de algumas doenças”, diz Livia.

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1° Dieta sem glúten (327.570 buscas)

Proíbe a ingestão de alimentos com glúten, proteína vegetal presente no trigo, no malte, no centeio e na cevada, que, no organismo de pessoas sensíveis, pode provocar reações, entre elas diarreia e fadiga. Segundo os praticantes da dieta, limitar o glúten ajudaria no funcionamento do intestino e no emagrecimento.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “Indicada para quem tem alergia ou intolerância ao glúten. O risco de uma pessoa tirar o glúten por conta própria é ela acabar achando que pode consumir outros alimentos à vontade.”

Thayana: “As pessoas têm uma falsa impressão de que tirar o glúten pode ajudar a emagrecer. O glúten não tem o poder de emagrecer ou engordar. Quando as pessoas leigas tiram o glúten elas automaticamente retiram pães e massas tradicionais e consequentemente consomem menos calorias. A redução do consumo de calorias ajuda a emagrecer, não o glúten. O problema é que ao fazer isso de qualquer jeito a pessoa também pode desenvolver alguns transtornos alimentares causados pela restrição alimentar.”

2° Dieta Dukan (192.610 buscas)

Criada pelo médico francês Pierre Dukan, já foi seguida por celebridades como a duquesa de Cambridge Kate Middleton. É estruturada em quatro fases, duas para emagrecer e duas para estabilizar o peso. Nas fases iniciais é permitido apenas o consumo de proteínas, legumes e verduras. Frutas, pães, queijos e carboidratos entram no cardápio só depois que a pessoa atingir o peso ideal.

O que dizem as nutricionistas

Thayana: “É uma excelente estratégia para emagrecer rápido. Mas infelizmente sabemos que, se a pessoa emagrece rápido, existe uma tendência de recuperar o peso perdido em até um ano.”

Livia: “Dieta muito monótona, difícil de ser mantida por muito tempo e que pode levar a casos de compulsão alimentar (já atendi pacientes assim). Além disso, algumas pessoas têm problemas com digestão de proteínas (ficam com gases, o intestino fica inflamado).”

3° Dieta da comida crua (81.330 buscas)

Também chamada de dieta crudívora ou movimento “raw food”, leva apenas alimentos crus (verduras, legumes, frutas e sementes) ou aquecidos abaixo de 46ºC, o que, segundo seus seguidores, ajuda a manter enzimas e nutrientes essenciais que se perdem com o cozimento. Não são consumidos industrializados, açúcares ou farinhas

O que dizem as nutricionistas

Livia: “Tem um lado bom, por ser baseada em comida de verdade, alimentos naturais. Mas temos que lembrar que alguns nutrientes são ativados pelo calor, como o licopeno (do tomate), então é sempre interessante variar os alimentos entre crus e cozidos. É preciso tomar cuidado com a contaminação de ovos e carnes cruas.”

Thayana: “Seria perfeita se todos os organismos tolerassem alimentos crus, mas isso não é uma realidade. Na verdade, consumir apenas comida crua pode trazer problemas à saúde. Alimentos crus aumentam o risco de intoxicação alimentar. Além disso, a simples retirada de alimentos que precisam ser cozidos ou aquecidos, como carnes, ovos e leite, pode causar deficiências nutricionais.”

4° Dieta do tipo sanguíneo (57.600 buscas)

Popularizada com os livros do médico Peter J. D’Adamo, entre eles “Eat Right 4 Your Type” (Coma Certo para seu Tipo, em tradução livre), sugere cardápios diferentes para cada tipo sanguíneo. As recomendações seriam baseadas em variações genéticas e de metabolismo.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “Não há comprovação científica, por isso não podemos falar que realmente traz benefícios. Mesmo que tenham o mesmo tipo sanguíneo, os indivíduos são únicos –alguns toleram certos alimentos, outros, não. Hoje temos testes mais detalhados do que o tipo sanguíneo para avaliar intolerâncias alimentares.”

Thayana: “Não tem pé nem cabeça. Se tudo se resumisse ao tipo sanguíneo o nutricionista só precisaria desenvolver quatro tipos de cardápio e todos os problemas nutricionais da humanidade seriam solucionados. Montar uma dieta baseada no código genético é ainda um desafio. A nutrigenética é uma área altamente complexa.”

5° Dieta de papinha (12.220 buscas)

Nesse regime, a pessoa substitui duas das suas refeições diárias por porções de papinha de bebê industrializada. Adeptos chegam a comer dez potinhos de papinha por dia, que podem ter de 70 a 150 calorias, dependendo dos ingredientes. Além de ter poucas calorias, a papinha é facilmente digerida e prática.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “Dieta muito monótona. Não estimula a mastigação, o que pode dar menos saciedade e a pessoa ficar com fome o dia todo.”

Thayana: “O adulto que vive à base de dieta de papinha deveria ter sua maturidade questionada. Acredito que uma psicoterapia neste caso seria mais útil para quem esteja pensando em regredir no seu comportamento alimentar.”

6° Dieta do vinagre (10.210 buscas)

Três colheres de sopa de vinagre por dia ajudaria a emagrecer até cinco quilos por mês. A tese surgiu a partir de um estudo de 2010 da Universidade Estadual do Arizona, com cerca de 40 pessoas. O trabalho descobriu que o tempero pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “Nunca um alimento irá gerar um processo de emagrecimento. O emagrecimento é complexo: envolve dieta, atividade física, ajuste hormonal, sono adequado, tantas e tantas coisas que fica difícil jogar a responsabilidade em um alimento. O vinagre pode ter alguns benefícios, como melhora no processo digestivo, mas não adianta tomar vinagre e ter uma dieta inadequada.”

Thayana: “Se a pessoa já tem um estilo de vida saudável e sua dieta já está balanceada, então o vinagre pode ajudar se for consumido antes das refeições em quantidades pequenas, porque ele melhora a digestão, diminui o colesterol ruim e reduz o apetite. Também é possível suplementar com cápsulas de vinagre de maçã mediante prescrição nutricional. Esse é um recurso que pode ser utilizado por um determinado período de tempo e somente após avaliação gastrointestinal.”

7° Dieta da lancheira (10.090 buscas)

Também chamada de dieta da marmita, não é exatamente um regime, porque não tem um cardápio fixo. É a mais livre e pode ser a mais saudável, dependendo do que a pessoa coloca na lancheira, mas é a que exige mais planejamento.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “Pode ser muito bacana, porque você leva tudo o que come de casa. Colocando na lancheira alimentos naturais e saudáveis é uma excelente forma de manter uma ótima alimentação.”

Thayana: “Excelente opção para quem deseja ter uma boa rotina alimentar, mas não exclui a necessidade de acompanhamento nutricional, porque o lanche deve ser algo equilibrado.  Se a pessoa colocar na lancheira o que tiver na geladeira, sem planejamento, todo o processo de reeducação alimentar vai por água abaixo e a lancheira torna-se inútil.”

8° Dieta das 600 calorias (8.070 buscas)

Existem alguns regimes que pregam a ingestão de até 600 calorias, todos eles são considerados radicais, porque a ingestão média diária de um adulto fica entre 1.800 e 2.500 calorias. Uma das dietas mais famosas é o jejum intermitente, que sugere o consumo de 500 ou 600 calorias dois dias por semana –nos outros cinco dias a pessoa comeria normalmente. Também há dietas que imitam um spa em casa, com muita salada, alguma proteína, gelatina diet, refrigerante zero e praticamente nenhum carboidrato.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “Não podemos dizer que vale para todos, porque cada pessoa necessita de uma ingestão calórica especifica, dependendo da idade, peso, altura e nível de atividade física.”

Thayana: “É a pior maneira de tentar emagrecer. Não supre as necessidades nutricionais e energéticas do corpo. Quem faz provavelmente passará fome e, quando voltar à alimentação habitual, corre o risco de acabar engordando tudo ou até mais do que emagreceu.”

9° Dieta do suco de limão com pimenta (7.520 buscas)

Também chamada de dieta da Beyoncé, porque teria feito a cantora americana perder nove quilos. Há versões radicais, que sugerem tomar apenas o suco de limão com pimenta o dia todo, e versões mais leves, que indicam tomar o suco todos os dias pela manhã para desintoxicar o organismo e aumentar o metabolismo.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “A pimenta é termogênica (acelera o metabolismo), e o limão ajuda na digestão e tem vitaminas, mas não podemos associar emagrecimento a alimentos específicos.”

Thayana: “O problema não está no limão nem na pimenta, e sim nas restrições impostas com esse tipo de dieta. Ambos podem ser utilizados como complemento de uma dieta já equilibrada. O erro está em fazer jejum prolongado e só consumir suco de limão com pimenta. Essa prática traz riscos à saúde não deve ser estimulada.”

10° Dieta do ovo cozido (6.030 buscas)

Inclui na alimentação de dois a quatro ovos por dia, divididos entre as refeições. Os ovos aumentam a ingestão de proteínas e ajudam a dar saciedade. O cardápio também restringe a ingestão de carboidratos.

O que dizem as nutricionistas

Livia: “É o mesmo caso do vinagre: não dá para associar o processo de perda de peso a uma comida apenas. O ovo é excelente, uma ótima fonte proteica, traz saciedade, mas há pessoas com alergia a ovos, por exemplo, que não poderiam seguir o cardápio.”

Thayana: “Assim como a dieta Dukan, pode promover emagrecimento rápido, porém é impossível de ser seguida a longo prazo. Não promove reeducação alimentar, apenas impõe restrições que podem acabar em transtornos alimentares.”

 

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Pesquisa mostra que exercício em jejum queima mais gordura e levanta debate entre especialistas https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2017/05/04/pesquisa-mostra-que-exercicio-em-jejum-queima-mais-gordura-e-levanta-debate-entre-especialistas/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2017/05/04/pesquisa-mostra-que-exercicio-em-jejum-queima-mais-gordura-e-levanta-debate-entre-especialistas/#respond Thu, 04 May 2017 14:19:28 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg http://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=640 Praticar exercício em jejum é um hábito popular entre fisiculturistas e ratos de academia, que usam o método para potencializar a queima de gordura. Agora, um estudo britânico mostrou que eles podem estar certos –e reacendeu o debate entre comer ou não antes de treinar.

O trabalho, publicado no “American Journal of Physiology”, é o primeiro a comparar os efeitos do exercício no tecido adiposo tanto em jejum quanto depois de se alimentar.

Os pesquisadores, da Universidade de Bath, estudaram um grupo de homens com sobrepeso. Primeiro, os voluntários caminharam por 60 minutos com o estômago vazio. Em outro dia, fizeram o exercício duas horas depois de tomar um café da manhã rico em carboidratos.

Grupo faz exercício pela manhã no parque Ibiraquera, em SP (Foto: Zé Carlos Barretta/Folhapress)

Os cientistas coletaram amostras de tecido adiposo antes e depois da caminhada. Os exames mostraram que houve aumento na transcrição de genes que estimulam a queima de gordura nos adipócitos (células que armazenam gordura).

Segundo os pesquisadores, isso pode indicar que a gordura estocada no organismo foi usada como fonte de energia para a prática do exercício –quando o voluntário tomou café, provavelmente a principal fonte foi o carboidrato ingerido na refeição.

“Isso significa que o exercício em estado de jejum pode provocar mudanças mais favoráveis ​​no tecido adiposo, o que é benéfico para a saúde a longo prazo”, diz Dylan Thompson, um dos autores do estudo.

PRIMEIRO PASSO

Para o endocrinologista Flávo Cadegiani, membro da Sbem (sociedade de endocrinologia) e doutorando na Unifesp, o trabalho é o pontapé inicial para a comprovação de que exercícios físicos em jejum queimam mais gordura. Mas ainda há controvérsias.

“O aumento na transcrição dos genes que estimulam a queima de gordura não quer dizer que necessariamente houve maior queima. Além disso, o estudo foi feito somente com pessoas com sobrepeso, que têm maior disponibilidade de gordura no corpo. Será que pessoas magras apresentariam o mesmo resultado ou queimariam músculo?”.

Mesmo assim, ele diz que os resultados fazem sentido. “Existe uma ‘ordem’ de queima, do tipo de energia de mais fácil disponibilidade para os mais difíceis. O tipo mais fácil de ser utilizado é o carboidrato. Quando comemos, utilizamos tudo o que ingerimos de carboidrato antes de começar a queimar gordura”, afirma.

Na opinião da nutricionista Cristiane Krohling, a pesquisa comparou indivíduos em situações completamente discrepantes e questionáveis (jejum X indivíduos que consumiram uma refeição pré-treino rica em calorias e carboidratos). “O cenário ideal seria a comparação do jejum com uma refeição equilibrada”, afirma.

Segundo ela, os trabalhos têm mostrado que atividade física de barriga vazia ajuda a queimar mais gordura, mas a diferença é muito pequena se comparada a um indivíduo que consumiu algum alimento.

“Sabe-se que durante a realização de qualquer exercício físico o corpo utiliza todas as vias metabólicas para gerar energia. Em porções menores ou maiores, gorduras, carboidratos e proteínas serão utilizados”, diz.

Além disso, há pessoas que se sentem mal ao se exercitar em jejum. “Alguns indivíduos alegam fraqueza, desânimo, falta de energia e vertigem”, completa.

Por isso, o nutricionista esportivo Humberto Nicastro, da Integralmédica, diz que não há regras. “Existem aqueles que se exercitam pela manhã e não se sentem bem de comer antes de exercitar; outros, relatam que necessitam de algum alimento para conseguirem se exercitar de forma adequada”, afirma.

Para ele, mais importante do que o momento de realização do exercício, é o estado nutricional do indivíduo. “Sabendo que pela manhã será realizada uma sessão de exercício em jejum, é importante garantir que a dieta do dia anterior crie um ambiente nutricional/metabólico que favoreça o gasto energético durante a atividade.”

QUEBRANDO O JEJUM

Cristiane Krohling dá algumas sugestões de pré e pós-treino para quem prefere comer antes de se exercitar.

Exemplos de pré-treino:
1 – Crepioca com geleia de fruta ou mel + café com leite
2 – Vitamina de frutas + pão integral com requeijão ou manteiga

Exemplos de pós-treino:
1 – Arroz integral, feijão, vegetais e filé de frango, peixe ou carne
2 – Macarrão com legumes e frango

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Café com óleo de coco é usado para acelerar o metabolismo, mas pode causar taquicardia https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2017/02/02/cafe-com-oleo-de-coco-e-usado-para-acelerar-o-metabolismo-mas-pode-causar-taquicardia/ https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/2017/02/02/cafe-com-oleo-de-coco-e-usado-para-acelerar-o-metabolismo-mas-pode-causar-taquicardia/#respond Thu, 02 Feb 2017 16:53:50 +0000 https://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/files/2017/02/bulletproof-coffee-180x120.jpeg http://achatadasdietas.blogfolha.uol.com.br/?p=586 Aceita uma xícara de café com gordura? Manteiga ou óleo de coco? Uma blogueira fitness diria que sim. Os mais de 3 milhões de seguidores da Gabriela Pugliesi certamente já a viram misturar um pouco de óleo de coco, pimenta-caiena e canela no seu cafezinho diário.

A bebida é uma adaptação do “bulletproof coffee”, ou “café à prova de balas”, que serviria para acelerar o metabolismo e dar gás antes de praticar exercícios.

A moda surgiu na gringa: o empreendedor do Vale do Silício Dave Asprey teve a ideia de misturar café com gordura enquanto estava no Tibete e conheceu uma bebida típica à base de chá e manteiga. Quando provou a própria invenção, se sentiu energizado.

A receita era simples: uma xícara grande de café (250 ml) batido com uma colher de sopa de manteiga e uma colher de sopa de óleo de coco.

A descoberta se transformou no seu principal negócio. Em 2014, Asprey publicou o livro “The Bulletproof Diet”, sem edição no Brasil, contando esse e outros truques que o ajudaram a perder 45 kg.

Hoje, a empresa já tem até lojas que vendem o café amanteigado nos Estados Unidos.

Por aqui, a invenção foi adaptada: perdeu a manteiga e ganhou os temperos.

“A cafeína tem propriedades termogênicas, aumenta o metabolismo e é usada inclusive em medicamentos. A pimenta também. O óleo de coco tem gordura saturada e um tipo de triglicérides de cadeia média que produz energia rápida e dá saciedade”, explica a endocrinologista Maria Fernanda Barca, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem).

Para ela, apesar de a mistura ter fundamento, não deve ser consumida.

“É um modismo, não tem estudos comprovando a segurança. Não sabemos quanto colesterol tem no óleo de coco. E o pior: juntar todos esses termogênicos pode dar taquicardia, principalmente se a pessoa tem tendência a ter arritmia cardíaca”, afirma.

A nutricionista Renata Bressan, da Abeso (associação de estudo da obesidade), também não recomenda a ingestão do termogênico.

“O efeito é real, mas devemos lembrar que óleo de coco é rico em calorias. Não adianta aumentar o metabolismo se a pessoa vai ingerir mais energia”, diz.

Segundo ela, se considerarmos a receita de Asprey, um cafezinho com manteiga e óleo de coco teria 270 kcal. A receita brasileira, com uma ou duas colheres óleo de coco, teria de 120 a 240 kcal.

“Para quem tem tendência para ganho de peso ou quer emagrecer, 120 a 240 kcal fazem diferença”, afirma.

A gordura saturada também pode aumentar o colesterol LDL (o “ruim”) e contribuir com o aumento da gordura abdominal, que eleva o risco de doenças cardiovasculares, segundo a nutricionista Luiza Ferracini, do Dietbox.

“Não indico. Esse tipo de receita é comum em dietas paleolíticas e cetogênicas, que utilizam a gordura como substrato para obtenção de energia. Mas o ideal é sempre consumir um carboidrato antes de treinar, para não desviar a rota metabólica original do corpo humano de obtenção de energia”, afirma.

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