O que acelera ou atrasa o seu metabolismo?

Juliana Vines

Este é o primeiro de três posts sobre metabolismo. Se você veio atrás de uma receita para acelerar a queima de calorias, calma lá. A ideia é terminar essa série falando sobre os alimentos termogênicos, famosos por aumentar o ritmo do organismo.

Antes, porém, é preciso entender o que faz uma pessoa ter mais facilidade para emagrecer do que outra.

‘MAGRO DE RUIM’

Diversos fatores explicam por que algumas pessoas são magras sem esforço e outras engordam sem mais nem menos. Os principais são genética, idade, sexo, alimentação, peso, rotina de exercício e níveis hormonais.

Treino de mulheres no parque Ibirapuera (Zé Carlos Barretta/Folhapress)
Treino de mulheres no parque Ibirapuera (Zé Carlos Barretta/Folhapress)

Tudo isso influencia no ritmo do organismo. Esse ritmo é individual e intransferível –mas não imutável–, e, no fim das contas, pode ser traduzido pelo número de calorias que cada pessoa gasta por dia, chamado de taxa metabólica basal.

Calcule aqui sua taxa metabólica basal

“O hormônio é uma peça a mais desse quebra-cabeça. É um dos fatores, não o único. Às vezes, é fácil culpar o metabolismo, como se fosse algo determinado, mas nossos hábitos podem interferir nesse ritmo”, explica o endocrinologista Evandro de Souza Portes.

Desses fatores, só não podemos mudar três: sexo, herança genética e envelhecimento. Os anos a mais funcionam como um pé no freio da taxa metabólica.

“A queda no metabolismo é lenta e progressiva, e começa já no início da vida adulta, mas depois dos 50 anos a mudança é mais imponente”, afirma o endocrinologista Mario Kedhi Carra, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

A causa dessa queda são as mudanças hormonais e a perda de músculo –tecido que gasta mais calorias para se manter ativo do que a gordura.

Para os homens, a desaceleração é mais lenta; já para as mulheres há uma queda brusca na menopausa. “O nível de hormônio do crescimento, que influencia na quantidade de massa muscular, cai rapidamente”, explica Portes.

O peso da idade, porém, pode ser reduzido. “Nascemos com um mapa genético, mas se levarmos uma vida ativa somos capazes de mudar nossa história genética”, diz Carra.

SEMPRE O EXERCÍCIO

Como? O melhor jeito é com atividade física. Isso porque o exercício aumenta o gasto calórico total diário e, de quebra, promove o ganho de massa muscular.

“O músculo gasta até 20 vezes mais calorias para se manter ativo do que a gordura”, explica o fisiologista do exercício Turibio Leite de Barros.

Ou seja: quanto maior a porcentagem de músculo (e menor a de gordura), maior é o gasto calórico total diário, mesmo em repouso. O ideal é que mulheres tenham no máximo 25% de gordura corporal, e homens, 15%.

A melhor receita para ganhar músculos é combinar atividades aeróbicas intensas, como natação, corrida ou dança, com musculação, segundo Barros. Faça trinta minutos de um exercício aeróbico somados a 30 minutos de musculação, três vezes por semana, em dias alternados. Isso já é suficiente para aumentar a massa magra e a taxa metabólica.