Além da dieta e do exercício

Juliana Vines

Para perder peso, basta gastar mais calorias e ingerir menos, certo? Essa máxima é tão difundida que, quando questionadas sobre os principais entraves do emagrecimento, cerca de 60% das pessoas respondem falta de exercício ou dieta.

Os números são de uma pesquisa, divulgada ontem, pela rede americana de atendimento Orlando Health. O custo de uma rotina saudável e a falta de tempo também foram citados por 17%  e 12% dos entrevistados, respectivamente. Só uma em cada dez pessoas acha que fatores emocionais são importantes.

“A maioria se concentra nos aspectos físicos, mas o componente emocional da alimentação pode acabar com os esforços físicos. Se você não consegue deixar seu corpo em forma, talvez seja melhor começar com sua mente”, disse a neuropsicóloga Diane Robinson, diretora do grupo.

Segundo ela, mais do que pensar sobre o que estamos comendo é preciso entender o porquê. “Somos condicionados a usar a comida não só para a alimentação, mas também para o conforto”, diz.

Comemos para compensar frustrações de um dia ruim ou mesmo para comemorar conquistas. Nessas horas, o cérebro libera dopamina, um neurotransmissor relacionado com a sensação de prazer. É a mesma substância liberada com o consumo de drogas.

De acordo com a pesquisadora, para emagrecer é preciso treinar o autocontrole, ou seja, domar o cérebro. Como? Ela ensina três passos:

– Faça um diário alimentar e anote também seu humor, para tentar encontrar padrões;

– Identifique comidas que fazem você se sentir bem e tente descobrir os motivos disso: por exemplo, elas trazem boas memórias ou ajudam a relaxar;

– Antes de comer qualquer coisa, pense: estou comendo porque estou com fome? Se a resposta for não, tente encontrar o motivo.