Diário da balança #3: De volta ao glúten

Juliana Vines

Voltei a comer glúten há duas semanas. No total, foram seis semanas sem trigo e derivados, com algumas escapadas.

Nesse período, descobri que o vilão não é o glúten, mas o que vem junto com ele. Exemplo: bolachinhas e torradas integrais que eu comia no lanche da tarde.

Claro que existem substitutos (tem até brownie zero), mas em geral esses produtos são menos gostosos e mais caros.

Essa é a sacada das dietas sem glúten: como é difícil conseguir substitutos, a probabilidade de comer maçã em vez de cookies integrais no lanche da tarde é maior. Foi o que aconteceu comigo. No fim dessas seis semanas, acabei me acostumando a comer frutas e castanhas nos intervalos das refeições.

Nesse período também parei de comer pastéis integrais ou esfirras de ricota à noite. Troquei tudo por salada ou sopa.

Claro que as trocas me ajudaram a perder mais peso, mas não porque deixei de comer glúten, e sim porque parei de comer esfirra. A culpa não era do trigo em si, mas dos carboidratos. Se eu comer um prato de arroz ou farofa de milho, que não tem glúten, vai dar na mesma.

Já entendi isso e não preciso mais de um pretexto para controlar a ingestão de carboidratos. Não sou intolerante à proteína.

Na semana passada, para comemorar a nova fase, comprei as minhas bolachinhas de chocolate favoritas. Não gostei, achei doces demais. Será que o meu paladar está mudando?

Tomara que sim. Até agora, perdi 16 quilos e finalmente saí da obesidade, de acordo com a classificação do IMC. Hoje, tenho sobrepeso. Sei que isso pode não significar muita coisa (ainda preciso perder mais uns 10 kg, pelo menos), mas acho que estou no caminho certo: consumindo glúten, com moderação.