Os cinco exercícios mais eficazes para quem tem tendência a engordar

Não adianta culpar a genética. Mesmo quem tem predisposição para engordar pode controlar o peso com dieta e exercício. Mas não é qualquer exercício: segundo uma pesquisa recém-publicada, algumas atividades físicas são melhores do que outras para pessoas com tendência à obesidade. Corrida e escalada, por exemplo, são mais eficazes do que natação e ciclismo.

A descoberta é de um estudo com mais de 18 mil pessoas, realizado pela Universidade Nacional de Taiwan e publicado na revista científica PLOS Genetics.

Os pesquisadores coletaram informações sobre o código genético e a rotina de exercícios dos participantes, que têm entre 30 e 70 anos. Foram analisadas cinco medidas de obesidade, entre elas índice de massa corporal (IMC), percentual de gordura e circunferência do quadril.

Após cruzar os dados, eles construíram escores de risco genético para cada uma das medidas e testaram se diferentes atividades poderiam reduzir esse risco.

Entre os 18 exercícios testados, 5 deles ajudaram a diminuir pelo menos um indicador de obesidade. A corrida ficou em primeiro lugar, porque teve impacto em três marcadores.

Outras quatro atividades ajudaram a reduzir o IMC em indivíduos com tendência ao ganho de peso: escalada, caminhada, práticas longas de ioga e alguns tipos de dança de salão, como foxtrote e valsa.

Ciclismo, exercícios de alongamento e natação não tiveram efeito em nenhum dos marcadores.

“Nossas descobertas mostram que os riscos genéticos podem ser diminuídos em vários níveis, realizando diferentes tipos de exercício”, dizem os pesquisadores, no artigo.

Na conclusão do texto, eles vão além: “Os benefícios do exercício físico regular são mais impactantes em indivíduos predispostos à obesidade”.

Segundo o endocrinologista Fabio Moura, do departamento de atividade física da Abeso (associação de estudo da obesidade), cada vez mais se descobre sobre a influência do DNA na resposta do organismo ao exercício.

Há genes associados a uma maior tendência ao ganho de gordura. “Quem tem esse gene vai ter mais trabalho, precisa intensificar o exercício aeróbico”, diz. E há outros genes relacionados com maior ganho de massa magra.

“Mas nada disso vai determinar o peso da pessoa. Pode ajudar ou dificultar um pouco, mas o desfecho não depende só do DNA. O meio pode modificar a resposta genética. O habito de dormir bem, a alimentação e o exercício influenciam”, diz.

Para Moura, não existe um tipo de exercício que seja bom para todos que têm tendência a engordar. Ele divide as atividades em duas categorias: aeróbicas, associadas à maior perda de gordura, e resistidas, que usam a força muscular.

“A gente sempre achou que para perder e manter peso era melhor fazer mais atividades aeróbicas e menos resistidas. Hoje sabemos que não é bem assim, que o exercício de força é importante para preservar a massa magra e manter a perda de peso a longo prazo.”

Para saber quando fazer de cada tipo de atividade, é preciso analisar a composição do corpo. “Depende da quantidade de músculo e de gordura que a pessoa tem”, diz o endocrinologista.

Ele acredita que, no futuro, além de examinar aspectos como massa magra e percentual de gordura, será possível prescrever o exercício pela genética. “É uma tendência.”

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